Via Twitter, Damares rebate matéria que destaca agenda com religiosos e conservadores
"Mais de 300 dias de governo e somente 31 agendas com lideranças religiosas e conservadoras? Tá pouco. Vamos aumentar isso aí"
A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, reagiu, via Twitter, a uma reportagem do HuffpostBrasil que apontava agenda recorrente com religiosos e conservadores. “Mais de 300 dias de governo e somente 31 agendas com lideranças religiosas e conservadoras? Tá pouco. Vamos aumentar isso aí”, publicou.
“Reuniões com religiosos e conservadores marcam agenda de Damares Alves no Ministério de Direitos Humanos”, texto escrito pela jornalista Marcella Fernandes, informa que a ministra se reuniu “com dezenas de lideranças religiosas e conservadoras nos dez primeiros meses do governo Jair Bolsonaro, incluindo defensores da ‘cura gay‘ e movimentos contra a legalização do aborto”.
Segundo o texto, os encontros são nacionais, mas também internacionais. Inclusive, consta reunião com representantes da União Conservadora Americana, responsável por organizar, nos Estados Unidos, a Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC).
O site informa que, de janeiro a outubro, foram 20 encontros com lideranças religiosas. Em relação a parlamentares da bancada evangélica, pelo menos 11 agendas. E ainda: ao menos cinco vezes se reuniu pelos temas pró vida e a favor da cura gay.
Ainda pelo Twitter, Damares afirmou que fora de sua agenda estão os encontros com “lideranças esquerdistas”. “Não faremos.” Ela ainda justificou que “as igrejas têm historicamente feito trabalhos sociais. Ações conjuntas são estratégicas”.
Em uma postagem relacionada ela defendeu: “Aos juristas de última hora esclareço que o Estado é laico, mas não é laicista. Ou seja, não há qualquer norma que proíba agendas com segmentos religiosos. E todas foram realizadas tendo como objetivo o desenvolvimento de projetos de interesse público.”
Resposta ao HuffpostBrasil
Ao site, o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos disse que a ministra busca “um intenso diálogo com membros da sociedade civil e de outros governos em busca de parcerias e investimentos, tanto na defesa de direitos, quanto em atividades que exijam maior envolvimento de trabalho voluntário”. Além disso, a pasta declarou que, “apesar de laico, o Estado não é laicista” – como enfatizado por Damares em rede social.
“Ou seja, não há qualquer comando constitucional ou legal que proíba agendas com entidades religiosas, especialmente quando estas tiverem interesse em apoiar ou conhecer as atividades desenvolvidas pela administração pública federal.”