Política

Vice, foco de incoerência

Os vices são escolhidos por excesso de opções. Ou por falta delas. Tudo de última hora, no improviso.

Também a escolha de vice em uma chapa costuma dar problema para candidatos e partidos. Goiânia não é diferente. A pressa para o fechamento das chapas e a busca de apoio (ou a falta dele) gera situações bizarras. Vamos lá então.

 

Alexandre Magalhães (PSDC) foi o pior. Não achou vice. Então, tentou ser vice. Em vão. Aí na sua vingança, saiu vociferando contra os políticos e anunciou apoio a Vanderlan Cardoso, que não tinha entrada na história, para contrariar Íris e Waldir.

 

Djalma Araújo (Rede) e Flávio Sofiati (PSOL) foram aqueles que mantiveram coerência, aparentemente. A Rede com chapa pura. O PSOL em uma alinça com o PCB. Sem problemas. Agora, o resto…

 

PSD e PTB seguiram até o fim na birra, apostando no tempo que terão no rádio e na TV. Francisco Júnior (PSD) foi escolhido como candidato a prefetio. Ao PTB, a vice. Luiz Bittencourt desistiu da empreita e passou a bola para o Coronel Pacheco. Tudo em nome do discurso em prol da segurança. Isso combina com o jeito pacato e com tom religioso de Francisco?

 

Adriana Acorsi (PT) ofereceu a vaga para os partidos que estão coligados. Dormiu no doingo com médico, filiado ao PROS. Depois, mudou, optando por Deivison Costa (PTdoB), que um tempo atrás se uniu a Marconi para dar uma rasteira em Íris e ser o presidente da Câmara. A favor da indicação, o voto dos evangélicos, tão vítimas de discurso petista em campanha recente, quando o alvo era Marina Silva.

 

Waldir Soares (PR) perdeu o vice, Zacharias Calil, quando o partido deste, o PMB anunciou apoio a Vanderlan. Waldir tentou dentro do partido, não conseguiu solução, procurou Djalma Araújo e acabou acertando com outro nome do setor médico, Rose Cruvinel, mãe de Virmondes Cruvinel, ambos afinados com Marconi, do qual Waldir é, hoje, um dissidente.

 

Vanderlan Cardoso (PSB) resistiu bravamente à aliança no primeiro turno, mas acabou cedendo, depois da volta de Íris. Vai ter que explicar a aliança, por um outro lado. Por outro, ganhou a maior aliança e o maior tempo no rádio e na TV. Com Thiago Albernaz (PSDB) na vice, não tem como esconder simpatia por Marconi. Mudança de rota. Ou de discurso.

 

Por fim, Íris Rezende (PMDB). Entrou de último hora, perdeu alianças que estavam encaminhadas um mês antes e buscou uma solução que atraísse mais eleitores. Optou pela segurança. A presença de Major Araújo (PRP) parece ser uma vacina à negociação da semana passada com o governador Marconi Perillo. É difícil imaginar Íris encampando a ideia do Bolsa Arma, por exemplo. Vai ter que explicar muito bem durante a campanha. Íris pode ser candidato ao Governo de Goiás em 2018 e essa é uma proposta que pode ser colocada em prática em um futuro próximo pelo seu vice.

 

Pra que serve o vice? Na maior parte dos casos, para completar a chapa. Ás vezes, para enfeitar. Em Goiânia, o vice serviu recentemente para mandar recado e ajudar a promover o rompimento entre PT e PMDB. Antes, para ser o sucessor natural do grande líder. Em Brasília, o mentor e comandante de um tal golpe. Enfim, apesar de aparentemente não ser nada, é natural que o eleitor esteja mais atento ao vice. Em princípio, há incoerências entre os principais candidatos. Nada grave, já que é esse candidato que vai pedir e receber o voto. Mas é um detalhe que será conferido por uma parcela.