Vou passear com Bolsonaro em Haia, diz Queiroga a diretor da OMS em tom de deboche
Ministro da Saúde faz piada após presidente afirmar ser 'único chefe de Estado no mundo investigado, acusado de genocídio'
Durante a cúpula do G20 em Roma, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse em tom de deboche ao diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, que vai “passear em Haia” com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
A declaração do ministro foi feita logo após Bolsonaro afirmar ser o “único chefe de Estado no mundo investigado, acusado de [ser] genocida”. Em seguida, o presidente emendou: “É a política”.
Dando gargalhadas, Queiroga completou: “Eu também. Vou com ele para Haia. Passear lá em Haia”.
A cidade holandesa citada pelo ministro é sede do Tribunal Penal Internacional, possível destino de denúncias formuladas pela CPI da Covid. O órgão do Senado recomendou na última terça-feira (26) que o presidente brasileiro seja indiciado por crime comum de epidemia com resultado de morte e crime contra a humanidade, dentre outros crimes, mas descartou a acusação de genocídio contra indígenas.
As declarações integram um vídeo postado nas redes sociais, em que Bolsonaro e Queiroga aparecem sentados ao lado de Tedros e auxiliares. Segundo o Planalto informou no Twitter, a conversa informal ocorreu no domingo (31), durante a cúpula do G20, em Roma.
Em outro vídeo da mesma conversa, Bolsonaro pergunta ao diretor da OMS, aos risos. “Qual é a origem do vírus?”. Ghebreyesus responde: “Ainda estamos estudando”.
A Covid foi identificada pela primeira vez em Wuhan, na China, em dezembro de 2019. Quase dois anos após o início da pandemia de Covid, a comunidade científica ainda se debruça sobre a origem do coronavírus Sars-CoV-2, o causador da doença.