BASTIDORES DA POLÍTICA

Wilder critica ação judicial do MDB e União Brasil contra chapa do PL na Assembleia

Senador destaca que acha inadequado discutir o assunto agora, quando já se fala em composição para 2026

O presidente do PL em Goiás, senador Wilder Morais (PL), criticou a ação movida pelo MDB e União Brasil contra a chapa de deputados estaduais do PL na Assembleia Legislativa. Ele afirma que a iniciativa gera “insegurança” na bancada e questiona os métodos adotados pelos partidos da base do governador Ronaldo Caiado. “As eleições já se passaram e nossos deputados foram eleitos pelo povo”, afirmou, em entrevista na Câmara dos Vereadores de Goiânia nesta segunda-feira (27).

Wilder destacou sua relação próxima com o governador e considerou inadequada a contestação da chapa no contexto atual. “Esse assunto de discutir a chapa agora acho que está até ultrapassado. Já estamos falando de candidaturas futuras, para deputado e governo [em 2026]”, comentou.

Defendendo a chapa do partido, Wilder Morais afirmou que não houve problemas significativos com a cota de gênero nas eleições de 2022. “Não tivemos problemas com mulheres na chapa anterior. O problema foi que algumas candidatas desistiram após a candidatura, mas o partido seguiu os procedimentos corretos. Na época, até fizemos uma petição para evitar a exclusão de candidatos homens, e foi concedida uma liminar para isso. Não há nada de errado”, explicou.

O senador garantiu que não discutiu o assunto com o governador Caiado. “Não, em momento algum discutimos isso. Tenho acompanhado essa discussão apenas pela imprensa”, concluiu.

Entenda

Os partidos alegam que uma perícia revelou manipulações significativas nas imagens e documentos utilizados pelos investigados. Segundo o laudo pericial, há “robustos indícios de adulteração” que indicam a inserção posterior de adesivos e datas nas imagens, sugerindo que os registros de campanha foram forjados. A perícia destacou que essas manipulações foram feitas para simular a realização de atos de campanha pelas chamadas “candidatas laranjas”.

A petição reforça que a suposta adulteração de provas foi uma tentativa de ocultar a fraude ao cumprimento da cota de gênero. De acordo com o documento, as candidaturas femininas eram fictícias e não houve efetiva participação das candidatas na campanha, evidenciando uma tentativa de burlar as regras eleitorais.

Advogado de defesa do PL, Leonardo Pereira sustenta que não há fundamento na argumentação do União Brasil e do MDB. “A gente sustenta que não houve fraude porque uma das testemunhas depôs em juízo confirmando que fez campanha, comprovando que não é laranja”, disse ao Mais Goiás.

“Além disso, quando a advogada não apresentou a documentação que o TRE exigiu, o partido quando tomou ciência do caso excluiu cinco homens para fazer a readequação da cota. Esses homens, três deles pediram à Justiça para retornar, porque queriam ser candidatos. O TRE aceitou. Então, se eles concorreram não foi a vontade do partido. O PL fez a parte dele e a readequação da cota foi feita para atender a legislação. Existem provas robustas que as duas candidatas que, apesar de terem os registros indeferidos, praticaram atos de campanha”, complementou.

Bancada do PL diz que Caiado quer enfraquecer Wilder Morais

Líder da bancada do PL na Alego, o deputado estadual Eduardo Prado classifica a ação como “teratológica, sem fundamento jurídico qualquer”. O parlamentar afirma que o processo impede qualquer aproximação de Caiado com o PL, seja agora nas eleições municipais, ou mais adiante, em seu projeto presidencial para 2026.

“Isso, ao meu ver, inviabiliza o apoio de Bolsonaro a Caiado em 2026, que o governador vive pedindo. Como líder do partido, inviabiliza qualquer composição com o União Brasil em Goiânia”, pontua. Ele insinua, também, que é uma forma do governador tentar enfraquecer o projeto político de Wilder Morais para 2026. O senador ainda não confirma, mas nos bastidores trabalha sua pré-candidatura para a sucessão ao Palácio das Esmeraldas.