Pato Fu e Odair José movimentaram o segundo dia do Goiânia Noise Festival
Além das atrações goianas, o evento contou com a participação de bandas do Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pará e até da Argentina
O segundo dia do 23º Goiânia Noise Festival recebeu 15 bandas e encerrou a noite com a tão esperada, Pato Fu. O evento está sendo sediado no Jaó Music Hall e teve início às 17h deste sábado (19).
Nesta edição, as bandas se revezam em dois palcos, um de frente para o outro. Além dos tablados principais, havia o Estúdio Noise, um espaço menor que recebeu cinco bandas. O evento, em parceria com a Harmonia Musical, possui ainda um estúdio aberto ao público que deseja se divertir com alguns instrumentos musicais.
Bandas
A banda goiana OK Johnny abriu o segundo dia do Festival Goiânia Noise. O evento começou às 17h, um pouco mais tarde que o previsto, no Jaó Music Hall. O público chegou aos poucos para aproveitar os shows e atividades disponíveis no local.
O início do festival estava previsto para as 16h30, com a banda Templates, que só tocou uma hora depois. O motivo do imprevisto foi a ausência da banda Revolted, que, segundo a assessoria do evento, não compareceu devido a um problema de família com um dos integrantes.
A The Baudelaires, direto da terra do açaí, estava à vontade no Palco 2 do 23° Goiânia Noise, onde subiu às 18h. Assim como acontece em Goiânia com o Sertanejo, Belém tem o estigma de ser a cidade de Joelma e do Calypso. Esta banda veio para desfazer o estigma.
“A cena cultural no Pará é muito diversificada, não é só carimbó. Como Goiânia, que também é uma cidade muito roqueira”, afirmou o grupo. Os paraenses disseram que o evento está entre os cinco melhores que eles já participaram.
A banda Nenê Altro começou a tocar às 21h, o público, em maior número neste horário, estava mais animado. O grupo lançou com a Monstro Discos um novo álbum que já está em todas as plataformas digitais. “O Goiânia Noise é um festival muito eclético, que proporciona um resgate ao rock nacional”, elogiou Nenê Altro, que já participou de outras edições do evento. O quarteto encerrou sua apresentação com a música “Coca-Cola”, da Legião Urbana, dedicada ao festival.
A primeira atração feminina do festival foi Tati Bassi, que foi muito aclamada pelo público. Ela dedicou música para as mulheres que enfrentam o machismo todos os dias. A cantora, que está trabalhando no seu novo disco (Não Basta Querer, disponível em todas as plataformas digitais) há dois anos e se mostrou muito empolgada com a produção. “Poderiam ter mais mulheres tocando no festival, afinal existem cantoras incríveis e aqui tem espaço para todo mundo”, afirmou a vocalista.
O segundo dia do evento contou ainda a participação das bandas Desastre, Señores, Mechanics, La Morsa, Suco Elétrico (RS), Monstros do Ula Ula (RJ), Cólera (SP) e a banda argentina Las Diferencias.
Odair José
Odair José voltou a Goiânia após quase 20 anos. Ele foi a penúltima atração deste sábado no Goiânia Noise 2017. Antes do show começar, o cantor foi surpreendido com um Diploma de Honra ao Mérito, oferecido pelo Sindicato dos Músicos, em reconhecimento aos trabalhos realizados enaltecendo a arte goiana.
Durante a apresentação o público cantou e pediu várias músicas. Odair tocou sucessos como “Dia 16”, “A culpa é do Henrique”, “Vou tirar você desde lugar”, “Cobrador de impostos” e finalizou com “Cadê Você?”. Ao longo da apresentação, Odair ressaltou o que disse em entrevista ao Mais Goiás dias antes do festival: “rock n roll não é só barulho de guitarra; é atitude”.
Várias vezes, enquanto cantava, disse ser um cantor que fala de minorias, dedicando, inclusive, uma música às prostitutas, dizendo ser uma hipocrisia como a sociedade trata a “profissão mais antiga do mundo”. Em sua performance, ele cantou faixas dos discos O Filho de José e Maria, ópera-rock que marcou o ápice de sua carreira, e Dia 16 e Gatos e Ratos, seus trabalhos mais recentes.
Mesmo sendo bastante pedida, Odair não cantou a música mais famosa de sua carreira: Uma Vida Só (Pare de Tomar a Pílula). “Eu sei que fiquei conhecido como o cantor da pílula, mas hoje não vou tocá-la para vocês. Acho que não tem nada a ver”, falou.
Enquanto Odair José encerrava seu show, os fãs de Pato Fu já aguardavam no Palco 1.
Pato Fu
Com alguns minutos de atraso, a banda Pato Fu subiu ao palco para encerrar o sábado do 23º Goiânia Noise. O set misturou o novo disco da banda com sucessos antigos. A banda, que está comemorando 25 anos, foi muito bem recebida pelo público goiano.
O grupo tocou sucessos como “Eu era feliz”, “Perdendo dentes”, “Ando meio desligado”, “Made in Japan”, “Eu”, “Calção pra você viver mais”, “O tempo” e “Uh Uh Uh, La La La, Ié Ié” para encerrar a noite. O show marcou a volta da banda de rock mais fofa do Brasil ao festival goiano depois de 10 anos.
No início da apresentação, Fernanda Takai, vocalista da Pato Fu, comentou o lapso de tempo. “A banda demorou 15 anos para participar do Goiânia Noise pela primeira vez, e depois mais 10 anos para voltar a este palco”, disse. Após a apresentação, em entrevista ao Mais Goiás, a cantora ressaltou que isso pode ser encarado como algo benéfico tanto para a banda quanto para o festival. “Temos uma carreira a longo prazo, sobretudo em um mundo tão efêmero”, disse.
Quando as luzes do palco se apagaram, os fãs de Pato Fu puderam tirar fotos e pedir autógrafos à banda, que atendeu a todos com muito carinho.
Serviços
Além das apresentações musicais, o Noise oferece uma feira de produtos personalizados com uma grande quantidade de itens de rock, inclusive das bandas que se apresentam no evento. É possível encontrar camisetas, almofadas, canecas, chaveiros, livros, imãs.
E para matar a fome, uma praça de alimentação bastante diversa oferece pizza, sanduíche, crepe, comida indiana, hot dog e outras delícias, incluindo opções veganas e vegetarianas.
O Goiânia Noise Festival continua neste domingo (20), e ao todo, mais de 50 bandas vão se apresentar.
* Juliana França é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lôbo.