6 atitudes para que a campanha “Setembro Amarelo” não seja mais necessária
Psicólogo destaca como ações cotidianas contribuem com a saúde mental e ajudam a prevenir o suicídio
Este mês, escolhido para abrigar a campanha Setembro Amarelo, de prevenção ao suicídio, é um desafio constante, não apenas pelo tema que ainda é tabu, mas também por ser necessário falar de saúde mental nos outros meses do ano.
Ações como essa exigem comprometimento de toda a sociedade para que sejam eficazes, pois é necessário que, além de campanhas, aconteçam também mudanças culturais em torno de temas tão delicados como é caso do suicídio.
Algumas atitudes podem ajudar na luta por uma sociedade em que saúde mental se torne prioridade, e não apenas no Setembro Amarelo:
01 – Acolher
Quando alguém busca ajuda de um psicólogo, nem sempre podemos resolver o seu problema. Mas, acredite, permitir que a pessoa fale sobre seus sentimentos e se sinta acolhida, pode ser um importante passo para alguém que está emocionalmente vulnerável.
02 – Ouvir sem julgar
Nossa sociedade costumar julgar com frequência quem passa por problemas emocionais, e isso dificulta oferecer auxílio a quem precisa. Julgar uma pessoa e “apontar o dedo” podem piorar a situação.
Para ajudar alguém, muitas vezes, precisamos recolher nossas opiniões e permitir que o outro expresse aquilo que está sentindo.
03 – Não tentar minimizar a dor alheia
Dizer que a pessoa está exagerando ou que aquilo não tem importância são formas de mostrar insensibilidade para com o sofrimento alheio.
Cada um tem suas próprias dores e merece ser respeitado, mesmo que aquilo não faça sentido para você. Quando uma pessoa disser que está desesperada ou pensando em colocar um fim a própria vida, acredite no que ela diz e leve isso a sério. Pode fazer toda a diferença!
04 – Buscar mais informações
Conseguir informação de fontes confiáveis é essencial. Busque em sites e instituições confiáveis como os Centros de Apoio Psicossocial (CAPS), que são serviços públicos de saúde mental, clínicas-escola de universidades e o Centro de Valorização da Vida (CVV). São serviços que oferecem atendimento telefônico ou presencial para pessoas que precisam ser acolhidas.
05 – Oferecer ajuda
Estando por dentro de onde procurar ajuda, fica mais fácil saber quais os serviços disponíveis. Talvez seja importante a pessoa ser acompanhada até o serviço de saúde mental para que ela ganhe mais confiança e se sinta mais apoiada.
06 – Ajudar a espalhar mais palavras de esperança
Problemas sociais, familiares e individuais já são muito pesados para lidarmos todos os dias. É importante pensar muito bem antes de fazer críticas e observações a outras pessoas, para que sejam oportunidades de crescimento e não de destruição.
Lembre-se de que você também merece doses diárias de afeto, respeito e consideração. Cuide das pessoas próximas, mas também de si mesmo (a).
Atitudes simples podem ajudar a construir grandes mudanças e cuidar da saúde mental, que é um desafio para todos os dias.
Se conseguirmos vencer as barreiras do preconceito ligado às nossas emoções e bem-estar, não precisaremos de campanhas, pois o cuidado deve ser natural e rotina na vida das pessoas.
Luan César Carvalho é psicólogo graduado pela PUC-Goiás. Especialista em Terapia Intensiva pelo Hospital das Clínicas da UFG/EBSERH. Experiência como mediador extrajudicial pelo Tribunal de Justiça de Goiás e psicólogo social-comunitário no âmbito da Proteção Social Básica e Especial.