Dalí eX: Professor cria aplicativo para o ensino de Artes Visuais
A gamificação, método de usar jogos e conceitos de jogos em áreas diversas, só tende…
A gamificação, método de usar jogos e conceitos de jogos em áreas diversas, só tende a crescer, especialmente na educação. Tanto que foi nessa área que nasceu o Dalí eX, um RPG para dispositivos Android focado no ensino das Artes Visuais. Idealizado e desenvolvido pelo professor Santiago Lemos, o jogo é produto da sua dissertação de mestrado, feito pelo programa em Ensino na Educação Básica – CEPAE/UFG.
O trabalho foi orientado pela professora Maria Alice Carvalho e foi finalizado no ano passado e agora já pode ser baixado e acessado por todos os interessados. O programa passou por duas fases: “uma piloto, com poucos alunos, e uma versão beta, já para liberar para o público e com algumas correções já feitas”, conta Lemos.
Agora ele, que é professor da rede pública de ensino e que também faz parte do programa de formação continuada da Secretaria de Educação, Esporte e Cultura de Goiás (Seduce), tenta levar o Dalí eX para alunos e professores: “Já estou com um projeto na Seduce para a aplicação do jogo em sala de aula, ainda estamos correndo atrás disso”.
Também ligado ao Ciranda da Arte, Lemos conta que foi sua experiência em sala de aula, como professor e aluno, que despertou o interesse em criar o jogo. “Eu já havia trabalhado com recursos tecnológicos e sentia falta de um jogo ou outro recurso didático assim. Sentia falta também quando era aluno, de um jogo para trazer a atenção do aluno para a sala de aula a partir de um recurso interessante”, disse.
O game possui quatro partes: um tutorial, uma parte dedicada à educação estética, outra focada no ensino das Artes Visuais e seu desfecho, usando uma estrutura narrativa. O game foi feito para repassar o mesmo conteúdo que o aluno veria em um livro ou curso tradicional de Artes Visuais, porém a graça é que ele vai ser apresentado a todo este conteúdo de forma diferente e narrativa, sem perceber que está “estudando”.
O pesquisador destaca que o jogo não possui faixa-etária: “Posso trabalhar com ele com crianças e adultos, é uma linguagem bem simples. Na segunda fase do ensino fundamental é mais tranquilo porque geralmente esses alunos já têm celular. É só pedir para os alunos baixarem o jogo”, aponta.
E por que escolheu Dalí? Lemos brinca: “O Salvador Dalí agora está na moda por conta desse seriado, mas o jogo surgiu bem antes”, se referindo às máscaras com o rosto do artista em La Casa de Papel. “Eu escolhi o Salvador Dalí porque ele é um artista que experimentou muito e a gente fala no jogo dessa educação estética”, explica, “que é as pessoas começarem a experimentar outras coisas porque o Dalí não ficava só na pintura. Ele fazia esculturas, instalações, ele fazia vídeo, ele fazia muita coisa”.
E todo o trabalho foi feito sozinho e sem saber, exatamente, como fazer um jogo. “Eu não sou programador, então muita coisa eu tive que procurar na internet. Hoje você pode aprender tudo na internet. Basta você ir atrás e querer que você consegue”, disse ele. Outro desafio foi conciliar este trabalho com o tempo em sala: “um professor em sala de aula geralmente não vai ter tempo pra isso, ele tem que corrigir tarefas, trabalhos. Como era uma pesquisa minha, tive que assimilar meu tempo com esse produto”.