Messenger Kids

Falha em app infantil do Facebook permite que crianças conversem com estranhos

O site The Verge procurou o Facebook para saber se a mensagem era autência, e obteve a confirmação da rede social.

Para fornecer um canal de comunicação e espaço para entretenimento para as crianças, o Facebook lançou há dois anos o Messenger Kids , um aplicativo de mensagens supostamente seguro, onde as conversas seriam permitidas apenas com pessoas aprovadas pelos pais. Porém, uma falha de segurança abre brechas para contatos com estranhos, revela o site The Verge.

O problema está na função de conversas em grupo. Como previsto, as crianças somente podem conversar com contatos aprovados, mas uma falha permite que elas sejam convidadas para participarem de grupos, criados por contatos aprovados, onde estão pessoas desconhecidas. Em comunicado enviado aos usuários afetados, a companhia confirmou o “erro técnico” e disse que os grupos foram fechados e não poderão ser reabertos.

O Messenger Kids foi lançado em dezembro de 2017 como uma opção oferecida como segura para as crianças, pois permite aos pais maior controle sobre as conversas. No início, o aplicativo estava disponível apenas no mercado americano, expandindo, em junho de 2018 para o Canadá e o Peru. Ele ainda não está disponível no Brasil.

Em comunicado, a companhia informou que “recentemente, notificamos alguns pais de usuários do Messenger Kids sobre um erro técnico que detectamos e que impactou um pequeno número de conversas em grupo”

“Desativamos as conversas afetadas e fornecemos aos pais mais recursos sobre o Messenger Kids e segurança online”.

Este é mais um episódio que mancha a reputação da rede social no quesito privacidade. Há duas semanas, a companhia conseguiu um acordo de US$ 5 bilhões com a Comissão Federal do Comércio dos EUA para encerrar investigação sobre o vazamento de dados para a Cambridge Analytica.

“O Messenger Kids é apenas o último exemplo de um produto do Facebook que impõe riscos de privacidade desconhecidos a pais e usuários”, afirmou James Steyer, fundador da organização Common Sense. — Essas preocupações sempre presentes, combinadas com muitas reservas de especialistas sobre o impacto das redes sociais em adolescentes, levanta a dúvida se precisamos de um produto desenvolvido para atrair e engajar as crianças.