Os melhores jogos de 2017
Com um ano recheado de lançamentos, nos esforçamos para escolher os 10 melhores
Tivemos um ano ímpar em termos de lançamentos. Foi uma verdadeira enxurrada de jogos, com alguns meses tendo até mesmo um lançamento toda semana. Sendo assim, foi difícil separar nossos 10 favoritos, mas o principal destaque ficou com os jogos independentes.
Tivemos o melhor ano indie da década provavelmente, com muitos jogos de baixo orçamento colocando gigantes no chinelo. Sem mais delongas, eis nossas escolhas para os 10 melhores games do ano.
10. Night in the Woods – PC, Mac, iOS, Android e PS4
Se um jogo pudesse representar a geração milenial, seria Night in the Woods. O game acompanha uma jovem que volta para a sua cidadezinha de Possum Springs após ter uma crise nervosa e um episódio psicótico que a força a sair de repente da universidade sem saber se vai voltar. De volta à sua cidade pós-industrial quase morta, ela precisa enfrentar duras verdades da vida e reencontrar seus amigos que estão igualmente se sentindo em um beco sem saída. Além de tratar depressão e outros problemas mentais como parte da vida, Night in the Woods lida belamente com a crise dos 20 anos e com o peso da responsabilidade. Se você gosta de filmes e livros coming of age, este jogo faz bem isso. Como os críticos do Polygon escreveram: “é doce, estranho e dolorosamente familiar”.
9. Cuphead – PC e Xbox One
Um jogo que reúne dificuldade, run-and-gun no melhor estilo do início dos anos 1990 e chefes tão criativos e difíceis quanto o que Mega Man e Dark Souls tem a oferecer de melhor. Cuphead merece um lugar nesta lista por ter tudo para dar errado e mesmo assim ser um jogo incrível apesar de sua dificuldade proibitiva para muitos jogadores. Sua direção de arte e animação são impecáveis e o design dos chefes e suas batalhas são verdadeiros shows de mecânica. Pode não ser o jogo ideal para o jogador comum, mas é uma verdadeira aula de game design para todos os mais entusiasmados.
8. Forza Motorsport 7 – PC e Xbox One
Em um ano cheio de simuladores, mas todos meia boca, Forza mais uma vez foi além e entregou um jogo de corrida incrível, belíssimo, altamente competitivo e transbordando de conteúdo. O game já era bom por si só, mas botou a barra de qualidade tão lá em cima que acabou condenando Gran Turismo Sport e Project Cars 2 com facilidade, deixando a concorrência comendo poeira. Com ele, agora é fácil dizer que a atual geração de consoles possui, finalmente, um jogo de corrida imperdível.
7. What Remains of Edith Finch – PC, Xbox One, PS4 e Mac
Uma maldição assombra a família Finch. De todos os familiares, resta apenas Edith, de 17 anos. Você, como este personagem, investiga a velha casa dos Finch, relembrando através de vinhetas, as vidas, dores e arrependimentos de cada membro da família conforme lentamente desvenda um vago mistério. What Remains of Edith Finch é um dos jogos mais emocionantes do ano além de ser simples e direto: através de suas vinhetas e mini-games, um jogador dedicado pode terminá-lo em 1h30. O jogo pinta um retrato doloroso mas também belo sobre a vida, sonhos e, naturalmente, sobre família, tornando-o um título simplesmente imperdível.
6. Divinity: Original Sin II – PC
Algumas pessoas acham que os CRPGs estão mortos. Elas estão erradas. Facilmente o melhor RPG do ano, Original Sin II possui gráficos belíssimos, uma história envolvente, mecânicas complexas, ótimos personagens e uma tonelada de escolhas para o jogador fazer. Poucos jogos de computador hoje em dia ousam se aproximar da liberdade de um RPG de mesa (é muito difícil), e este é um deles: isto é o mais próximo de um RPG de papel e caneta que você pode jogar no PC.
5. Persona 5 – PS4
A Atlus leva anos para completar seus jogos e ainda mais tempo para lançá-los no ocidente, mas sempre que isto acontece eles se tornam clássicos instantâneos. Persona 5 é, facilmente, o melhor jogo da franquia até agora em todos os frontes: gráficos belíssimos, uma incrível e única identidade visual, trilha sonora boa e chiclete, etc etc etc. Mas o que te pega mesmo são os personagens e seus relacionamentos. Você ainda vai se arrastar por dungeons e usar seus super-poderes para capturar e destruir monstros e demônios, mas a parte dedicada ao tempo que você passa com seus amigos quase deixa o combate em segundo plano. É um elenco verdadeiramente espetacular. O jogo também enterra a falácia de que games para um jogador e narrativos estão mortos: com uma campanha principal que dura, no mínimo, 100 horas, eis aqui uma jornada e tanto para qualquer jogador disposto a encarar um bom video game de verdade.
4. Horizon Zero Dawn – PS4
Jogos originais começam a se tornar uma raridade assim como inovação em mecânicas. É uma lógica de Hollywood: pra quê investir em algo novo se posso reviver a mesma franquia literalmente todo ano, como Call of Duty e Assassin’s Creed fazem? Foi aí que a Guerrilla Games decidiu deixar a sua franquia Killzone de lado e investir tudo em um jogo completamente diferente da sua praia: um game de aventura com elementos de RPG, mundo aberto e uma mitologia pós-apocalíptica totalmente original que deixaria todos os leitores de Viriconium orgulhosos. O resultado é um game incrível com um mundo e uma história que te sugam completamente – e que também é single player. Sem contar que entre seus méritos também está Aloy, de longe a melhor protagonista feminina do ano e que já se tornou marcante. É um jogo que graças ao seu mundo e história se torna único e que deixa o jogador sempre em busca de mais.
3. Super Mario Odyssey – Nintendo Switch
Inovação sempre é a palavra por trás de grandes jogos da Nintendo e este é o caso de Super Mario Odyssey. O jogo é uma aula de game design e expande e modifica todas as coisas Mario, dos seus pulos às moedas e power ups. O jogo encoraja a exploração como nunca antes e recompensa jogadores que pensam fora da caixa e levam o level design ao limite. Ele é, facilmente, um dos jogos mais belos e bem construídos dos últimos tempos e um verdadeiro marco para a Nintendo que não entrega um título tão bom do encanador bigodudo desde Super Mario Galaxy.
2. The Legend of Zelda: Breath of the Wild – Nintendo Switch
Novamente, inovação. Desde Wind Waker, ou talvez mesmo Ocarina of Time, um jogo da franquia Zelda não ousava tanto. Mas Breath of the Wild foi muito mais além que todos eles, finalmente expandindo e atualizando os horizontes da franquia drasticamente, valorizando mudança sobre tradição. O resultado é um jogo maravilhoso em que todas as novas mecânicas se encaixam perfeitamente com a franquia e seu herói. Mais ainda, é o primeiro Zelda em muito tempo que finalmente nos leva de volta ao sentimento desejado por seu criador lá no NES: uma sensação de aventura, deslumbramento e perigo ao sempre buscar o que está além da curva do horizonte. Nunca a franquia teve tanta coisa e tanta liberdade. Há muito para fazer e muito que você pode simplesmente ignorar se quiser. Há shrines para conquistar, quests para resolver, armaduras e armas para coletar e upar. Enfim, é um espetáculo à parte.
1. Hellblade: Senua’s Sacrifice – PC e PS4
Existem jogos que chamam atenção por serem divertidos, inovadores ou por serem importantes. Hellblade está na última categoria. Feito de maneira independente ao longo de quatro anos por uma equipe de 15 pessoas, ele é fruto de profunda paixão da equipe criativa da Ninja Theory. Mas o seu grande mérito não é apenas a sua envolvente história e personagens celtas e vikings, mas sua extensa pesquisa e incorporação de esquizofrenia, psicose, depressão e doença mental em geral na história e na jogabilidade. Senua, nossa heroína, é uma guerreira celta em pleno episódio psicótico indo até os confins de Hel em busca do seu amado, morto por uma invasão viking. O jogo incorpora suas ilusões, traumas e mesmo as vozes em sua cabeça, conferindo à história e ao ato de jogar uma forma única e nunca antes realizada de como contar uma história em um video game assim como uma forma também única de expressar doença mental em uma mídia interativa. Hellblade é um jogo incrível, belíssimo e muitíssimo importante que deveria ser experimentado e estudado por todos.