Por que líderes devem apostar na comunicação em 2021
Sempre que um ano começa, as pessoas ficam atentas às tendências que norteiam o mercado…
Sempre que um ano começa, as pessoas ficam atentas às tendências que norteiam o mercado de trabalho. Quando me perguntam quais assuntos considero primordiais para 2021, respondo sem medo de errar que a comunicação será uma das competências mais valiosas para líderes se relacionarem eficazmente com públicos estratégicos das organizações.
Não há dúvidas de que a comunicação tem tudo a ver com liderança. Grandes líderes possuem grandes habilidades de comunicação. Basta buscar exemplos no mundo corporativo, na política, na religião, nas artes etc de pessoas que atraem multidões à expressão de suas ideias e convicções.
Saber se comunicar pode impulsionar ou frear a carreira de um líder diante dos desafios atuais que exigem colaboração e cooperação para alcançar resultados. O desafio dessa comunicação da liderança é ainda mais premente no contexto de crise como o que vivemos, em ambientes híbridos nos quais presencial e virtual coexistem.
Comunicação desenvolvida na crise
Durante a pandemia, líderes e gestores de destaque tiveram que adaptar sua comunicação em diversos níveis. Principalmente ao usarem suas palavras como fonte inspiração e de esperança para as pessoas, guiando-as por caminhos nunca percorridos e mostrando uma luz no fim do túnel.
Na política ou nas empresas, no Brasil e no mundo, muitas foram as habilidades de comunicação desenvolvidas por homens e mulheres cujo desafio foi o de liderar pessoas. Para considerar algumas delas:
- Criar e comunicar uma visão sobre como promover adaptação dos negócios frente à crise;
- Automotivar-se e motivar seu time por meio de comportamento e palavras positivas em direção aos novos objetivos traçados;
- Relacionar-se como as pessoas de maneira remota promovendo um espírito de equipe e perpetuando os valores e a cultura empresarial
- Compartilhar Informações primordiais e acompanhar o desempenho dos colaboradores, esclarecendo o propósito empresarial;
- Promover e estimular uma abertura à transformação digital;
- Criar oportunidades de interação e Relacionamento com clientes e demais públicos estratégicos das empresas.
Poder da comunicação para influenciar pessoas
James Hunter, autor do livro “O monge e o executivo”, define liderança como a “habilidade de influenciar as pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir os objetivos identificados como sendo para o bem comum.”
Se o líder usa seu poder de comunicação para promover bons resultados, certamente colherá os frutos do seu trabalho de influenciar aqueles que acreditam em sua visão.
No cenário político, não é diferente. Um chefe do executivo carrega consigo a responsabilidade inerente de representar uma nação por meio da forma como se expressa, de unir um povo em prol do seu bem comum, de promover uma visão sobre o futuro etc. Por isso, as palavras escolhidas por ele têm o poder de motivar ou desestimular a população.
Colecionamos exemplos de representantes em cargos de liderança na Administração Pública, como é o caso do presidente Bolsonaro e do presidente Donald Trump, que em vez de se expressarem com intuito de unir as pessoas em prol de objetivos comuns − que é papel de líderes eficazes −, preferem insuflar seguidores fanáticos com palavras de segregação e de ódio. No discurso, frequentemente carregam no tom negativo e violento, o que resulta em impactos negativos ao povo e à imagem de suas nações.
Oportunidades para o desenvolvimento da carreira
De acordo com a Harvard Business Review: “O critério número um para um avanço na carreira e para uma promoção é a habilidade de se comunicar de forma eficaz.”
Norm Fheldjem Fjeldheim, ex-CIO da Qualcomm, multinacional de tecnologia da informação, reforça a importância de se comunicar de maneira eficaz para avançar no mercado de trabalho:
“Mesmo que você tenha um ótimo conhecimento técnico, sua carreira não avançará se não souber se comunicar. Na verdade, quanto maior sua habilidade de comunicação, mais longe você irá. Embora a tecnologia mude com o tempo, saber se comunicar bem sempre será valioso.”
Uma manchete recente da Agência Brasil confirma a necessidade de se investir nessa competência: “Mercado vai valorizar mais comunicação do que capacidade técnica”. A reportagem, publicada em veículos de comunicação como Correio Braziliense e Época Negócios, afirma que, até 2023, 120 milhões de trabalhadores das 10 maiores potências mundiais precisarão desenvolver as chamadas soft skills, ou seja, habilidades de relacionamento interpessoal, dentre elas a comunicação. No Brasil, o número de trabalhadores que precisarão de treinamento dessas habilidades passa de 7 milhões.
Tais necessidades já haviam sido mensuradas na 14ª edição (2019/2020) da pesquisa Panorama do Treinamento no Brasil, com indicadores e tendências em Gestão de T&D, realizada pela Integração Escola de Negócios. O levantamento contou com a participação de 533 empresas, com número médio de mais de 2.500 colaboradores, entre organizações de porte nacional e multinacional, dos setores da indústria, comércio, serviço, administração pública e ONGs.
O estudo mostrou que 51% do investimento em treinamentos destinados para as lideranças e 31% para os não líderes são relativos a desenvolvimento comportamental. A comunicação foi apontada como uma habilidade de desenvolvimento prioritário e unânime entre todos os segmentos pesquisados, como mostra a figura abaixo:
O que líderes devem fazer para ter uma comunicação melhor em 2021?
Para o ano novo, aconselho que líderes desenvolvam sua comunicação com base no seguinte aspecto apontado por Stephen R. Covey: “Liderança é comunicar o valor e o potencial das pessoas tão claramente que elas mesmas possam vê-los em si”
No cerne do papel de líderes e gestores, está a sua capacidade de se comunicar com clareza e mover as pessoas a um patamar superior ao que se encontram.
Para isso, devem concentrar-se numa linguagem positiva, que estimule a união e a colaboração. Além disso, devem conclamar as pessoas a darem o melhor de si mesmas em prol dos objetivos, e foco no resultado. Em qualquer organização, seja ela pública ou privada, a comunicação deve estar a serviço do bem comum e não o contrário.