QillQ: Start-up goiana lança aplicativo de competição de fotos
App mistura rede social, jogo e fotografia em um lugar só
Gamificação: se trata de usar os sistemas procedurais de jogos em elementos que até então não eram necessariamente lúdicos, lhes conferindo, em parte ou totalmente, uma característica de video game. A ideia é relativamente nova e está sendo testada especialmente em aplicativos. Quem acaba de embarcar nesta ideia é o goiano Guilherme Margonari e sua equipe que lançam mundialmente nesta quinta-feira (10) o QillQ.
O aplicativo para iOS e Android é uma mistura de rede social com jogo baseada em fotografia. Ela funciona da seguinte forma: o usuário escolhe entre vários temas e então posta uma foto dentro do tema para competir com outros cinco usuários. Cada um é obrigado a votar e não é possível votar na própria foto. O vencedor ganha uma moldura especial para sua foto que pode então ser compartilhada em outras redes (inclusive no Instagram) e uma medalha, que pode ir acumulando ao longo do tempo.
Guilherme teve a ideia para o aplicativo em uma conversa de WhatsApp, quando vários amigos viajando começaram a enviar fotos e a competir para ver qual era a mais bonita. Para tirar o projeto do chão, ele usou R$ 50 mil do próprio bolso além de investimentos de outros membros da equipe e de meses de desenvolvimento.
Formado em Publicidade e Direito, Guilherme nunca havia se envolvido com nada na área de software: “Fui atrás de pessoas que entendiam do assunto e que poderiam me ajudar. Até comprei um livro de programação, mas depois de duas páginas já vi que precisava de equipe. Só depois comecei a me capacitar na área, até sofri muito por falta desse conhecimento”.
Sobre o nome complicado (se fala “quil-quí”), ele explica: “O nome é difícil pra gente, mas fica fácil pra falar em inglês”. Isso mesmo: com o lançamento mundial aí, ele está de olho no mercado internacional, especialmente nos EUA, Índia e Coreia do Sul, países que mais acumulam usuários ativos em redes sociais. Se o QillQ decolar em alguns destes locais, o programa está feito.
Quanto ao Instagram, Guilherme disse que a ideia não é tentar competir nem bater de frente com ele: “Queremos tentar somar ao Instagram, já que o competidor pode compartilhar a foto campeã com uma moldura especial no Insta, a ideia é que as pessoas não vejam os dois como competidores. Pelos nossos testes, vimos que graças à experiência de jogo fotográfico, os usuários não teriam o problema de usar os dois, especialmente pelo Instagram ainda não ter tido esta ideia de gamificar a fotografia”.
Ele também acredita que o fator game e a instantaneidade da rede social sejam pontos fortes: “Quando as pessoas ouvem falar associam a estes torneios em que todo mundo coloca foto e todo mundo vota e ficam duas semanas lá no ar. O diferencial do QillQ é que é instantâneo, uma competição de seis pessoas em que só os seis podem votar: eles têm que votar e não podem votar na própria foto, então é uma partida rápida que já sai o vencedor, dentro daquele grupo e do tema escolhido. O vencedor acumula uma medalha e você vai acompanhando, entre quem você segue, quem vai acumulando mais medalhas”.
As medalhas, garante, ainda são apenas o primeiro passo em um sistema de progressão do usuário que será incluído aos poucos, como níveis e ranques: “Quanto a isso de níveis e tudo mais, vai ser ao longo do tempo. Querer a gente queria, mas não temos os recursos para lançá-lo já com tudo o que a gente queria, mas queremos ir incluindo surpresas para o usuário que já temos programados”.
Por fim, Guilherme e a equipe já possuem um plano para tornar o QillQ lucrativo: “É muito difícil fazer dinheiro com rede social. A gente pretende fazer os temas patrocinados. A gente pode por exemplo vender pra uma marca de bebidas energéticas com o tema adrenalina e aí eles podem promover esse tema e talvez até com prêmios da marca; ou uma marca de fralda pode promover uma competição com fotos de bebês. É uma possibilidade a médio prazo bem mais viável”.