Crítica

The Mooseman: jogo e arte cada vez mais próximos

Game russo avança a fronteira de vídeo games como forma de expressão, mas peca mecanicamente

Em meio acadêmicos, pesquisadores da área de games ainda lutam para apresentar jogos eletrônicos como uma forma legítima de expressão humana, como uma obra de arte. É um caminho longo e difícil de amadurecimento pela qual outras formas já consolidadas de arte, como o teatro, o romance e o cinema, já passaram, conseguindo acomodar uma face mais comercial e outra mais experimental e artística.

Alguns jogos de arte fora do eixo já conseguiram chamar a atenção do público, como o caso dos excelentes e premiadíssimos Never Alone e Journey. É exatamente destas duas fontes que bebe The Mooseman, jogo de aventura russo criado por Vladimir Beletsky.

O game possui inspirações originais, mas se baseia principalmente no folclore eslavo, principalmente de povos nativos russos ancestrais. O xamanismo é tema central. O jogador assume o papel do personagem-título, um xamã que, com sua capacidade de enxergar os espíritos que navegam entre os planos e sua habilidade para andar pelos três planos – o Submundo, o Mundo do Meio e o Mundo Superior – vai desvendar segredos e os mistérios deste povo antig.

O bom

The Mooseman é um jogo experimental belíssimo. Sua direção de arte é impecável, sua trilha sonora envolvente. É fácil despertar a sua curiosidade para seguir adiante nessa jornada de pouco mais de uma hora de duração.

De jogabilidade muito simples, a exploração e o colecionismo são as forças que instigam o jogador. O xamã encontra espíritos, placas e palavras secretas que revelam cada vez mais fragmentos sobre tradição e folclore. Querer saber sobre tudo isso é sua principal motivação.

O ruim

Embora seja muito interessante e use mecânicas simples similares às de Journey e Never Alone, elas não são tão bem executadas aqui quanto naqueles títulos. Alguns desafios são obtusos ou senão os controles não funcionam bem.

Isso contribui para frustrar um pouco o jogador e quebrar a imersão essencial para se continuar envolvido na narrativa. Esses problemas podem fazer o jogador simplesmente colocar o controle de lado e nunca mais voltar, mesmo sendo um jogo curto.

O veredito

The Mooseman é mais uma prova viva de que os vídeo games podem ser muito mais do que correria e explosão e lhes confere legitimidade como uma plataforma interessantíssima para a expressão artística.

De encher os olhos, o jogo possui uma trilha sonora inspirada e um visual incrível e bastante original. Infelizmente, alguns problemas mecânicos quebram a imersão o que pode faz o jogador deixar o game de lado.